RELEASE

UTOPIA BAND

Primeira Fase

A banda Utopia foi formada no fim do ano de 1987/início de 1988. Seus membros
fundadores eram todos oriundos da PJC[1]: Buba (vocais), Ricardo-Coxinha (guitarra), Israel (bateria), Lucio (guitarra e vocais) e Dentinho (baixo). Ocasionalmente, a banda contava com a ilustre presença de Mauricio (nos backing vocals).
A definição do que cada um da banda iria tocar se deu de acordo com as preferências de cada membro, já que nenhum tinha qualquer nível mínimo de aprendizado musical em instrumentos ou voz.
Assim, a banda surgia como mera diversão, sem maiores pretensões (ainda que todos tentassem levar a sério os ensaios, e os planos e sonhos futuros – naturais para adolescentes entre 15 e 17 anos – fossem os mais altos possíveis, como tocar em estádios e festivais de rock ao redor do mundo).
Para alimentar este sonho, a banda se preocupava em cuidar da produção “extra-musical” (encartes, fotos, letras de música, etc.), porém se esquecia de desenvolver a parte principal (ou seja, a música!). Mas, todos eram esforçados e – pode-se dizer –, como ninguém tinha qualquer estudo instrumental, até que alguns sons (principalmente os nacionais) saiam das guitarras, baixo, microfone e bateria dos meninos.
Nessa época, o set list era formado principalmente por músicas da Legião Urbana, Ira!, Ultraje a Rigor e Titãs.
Também algumas letras de autoria própria (do vocalista da banda) ganharam melodias básicas, suficientes para uma tentativa de criação de músicas próprias. Destaque para Olhos Vermelhos, War, Son of a Beach, Cemitério Maldito e Routine.
A primeira foi a única em que a melodia, de autoria do guitarrista Lúcio, encaixou inteira para a letra correspondente. Mais tarde, porém, o restante da banda descobriu que a melodia era praticamente um plágio da música Surfista Calhorda, da banda punk, Os Replicantes. E quem se importava com isso? O objetivo fora atingido: conseguiram colocar uma melodia inteira em cima da letra – e, neste aspecto, os membros da banda estavam convictos que a sua versão era melhor que a original.
A banda passou por uma crise de identidade no final daquele ano de 1988, pois descobriram que havia outro grupo de rock com o mesmo nome, e que já gozava de certo destaque e prestígio no cenário nacional, com algumas apresentações em canais de televisão e em outros festivais de música, já tendo até mesmo gravado dois LPs.
Por essa razão, tiveram que pensar em diferentes nomes para o grupo. E aí, o lado criativo de todos despontou. As sugestões mais esdrúxulas surgiram: Área de Segurança; Flowers in the Garden; Nabão e os seus Picanhas, entre outras pérolas. Mas, como a outra banda Utopia mudou seu nome[2], acabaram mantendo a denominação original.
Os planos de mais ensaios[3] e melhoras para o início dos anos 90 acabaram se frustrando. O derradeiro ensaio se deu em abril de 1990 (quando se deu o único registro em vídeo da banda, daquela primeira fase). Depois, tudo mudou, principalmente porque o Ricardo-Coxinha e o Dentinho se mudaram em poucos meses para o Japão.
Um longo intervalo aconteceu então: entre 1990 e setembro de 2011 a banda nunca mais se juntou para ensaiar. Até que...

Segunda Fase
...um churrasco despretensioso, em agosto de 2011, acendeu novamente a “chama” nos rapazes. Decidiram colocar de lado as promessas vãs de que voltariam um dia a ensaiar – promessas estas feitas aos montes ao longo dos dois anos anteriores – e resolveram colocar em prática. O vocalista, Buba, prometeu ao baterista, Israel, no churrasco, que no dia seguinte faria uma convocação oficial a todos os demais da banda – com exceção do Ricardo-Coxinha que, apesar de já ter retornado do Japão, estava morando bem longe da Capital[4].
Para o seu lugar, nada mais justo que escalar o Denio – amigo e tutor musical do Ricardo-Coxinha, desde a época do Brasílio Machado[5]. O Denio vinha de uma série de outros grupos do underground paulistano, como Transe e Véio 8, e, com isso, tinha bastante experiência para agregar aos enferrujados membros fundadores.
Feita a convocação oficial, todos assumiram seus postos e, em 24/09/2011 aconteceu o 1º ensaio desta segunda fase, devidamente registrado pela “câmera-woman”, Keiko[6]. No set list, além das músicas tradicionais da primeira fase da banda, outras foram agregadas, como algumas do Creedence Clearwater Revival, Steppenwolf, Neil Young, Bon Jovi, Whitesnake, entre outros grupos de rock que influenciam o Utopia.
Então, senhoras e senhores, a Utopia é novamente uma realidade!

[1] Sigla para a Rua Professor José Cucê, localizada no bairro da Saúde, em São Paulo/SP.
[2] A outra banda Utopia se transformaria, logo depois, nos Mamonas Assassinas, que fez enorme sucesso em meados dos anos 1990. Originalmente, era uma banda de rock – mas depois, como todos sabem, mudou seu estilo para algo meio “paródia” (estilo este que os levou ao estrelato, até a morte trágica de todos os integrantes, no 1º semestre de 1996).
[3] Os ensaios eram sempre realizados no estúdio do Alexandre, na Rua Machado Bittencourt, bairro da Vila Marian, São Paulo-SP
[4] Ricardo-Coxinha está atualmente morando em Barretos, onde é dono de uma padaria. Quem diria que o pão Ming faria tanto sucesso um dia... Ele faz falta. A banda gostaria de estar completa, com a sua presença até os dias atuais.
[5] Escola onde estudaram juntos no ginásio e colegial, no fim dos anos 80.
[6] Esposa do baixista, Dentinho.


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